Movimentos estáticos, contemplativos, abstratos e minimalistas. Assim foi concebida grande parte da coreografia da última ópera escrita por Richard Wagner, “Parsifal”, que estreia no XVII Festival Amazonas de Ópera (FAO) no dia 16 de maio, no Teatro Amazonas, às 18h.
Movimentos estáticos, contemplativos, abstratos e minimalistas. Assim foi concebida grande parte da coreografia da última ópera escrita por Richard Wagner, “Parsifal”, que estreia no XVII Festival Amazonas de Ópera (FAO) no dia 16 de maio, no Teatro Amazonas, às 18h. O FAO é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, com patrocínio máster do Bradesco. Os ingressos estão à venda na bilheteria do TA.
A responsável pela coreografia é a mexicana Ruby Tagle, que faz sua estreia em Manaus e com “Parsifal”, tendo a missão de dramatizar e dar movimento a todos os solistas e atores em cena, além do balé do Corpo de Dança do Amazonas (CDA) e do Balé Folclórico, durante os 330 minutos da peça wagneriana.
Diante da história e da música apaixonante de “Parsifal”, que mescla momentos de êxtase e reflexão humana, com grande carga de espiritualidade, Ruby foi beber em diversas fontes de inspiração da dança e de práticas físicas, como do oriental antigo, passando pelos símbolos cristãos em busca da pureza e da redenção – a história se passa em torno do Santo Graal –, usando até o gestual da linguagem de Libras, que geram movimentos específicos para uso na sua concepção.
“Há um ano estamos trabalhando na concepção de ‘Parsifal’, eu e o Sergio Vela (diretor de cena da montagem, também mexicano). Teremos o estilizado, o lento e o sóbrio, mas também o glorioso, já que a música é assim”, adianta a coreógrafa.
Com uma ópera longa nas mãos, Ruby dividiu as cenas, e a parte do balé, presente no Ato 2, Cena 1, Quadra 2, foi subdivida em três momentos, quanto o papel-título, vivido pelo tenor Michael Hendrick, será provocado, tentado e resistirá à beleza das flores-dançarinas: “Parsifal terá que fazer uma passagem pelas flores, pelo caminho que elas estão, e elas o insultam e se colocam como suas amantes, porque ele, em guerra, feriu todos os amantes delas. Depois, entre elas, começam uma disputa pelo redentor, que se afasta, e no fim aparece Kundry, e as flores fogem. Parsifal também é tentado por Kundry, mas resiste e segue seu caminho”, explica a mexicana. Serão de 9 a 12 minutos de balé em cena neste momento.
O público vai poder conferir na coreografia de Ruby elementos da dança-teatro butô (Japão), forma de expressão corporal criada nos anos 1950, que parte de questionamentos da vida; e da prática física chi kung, criada na China para harmonizar a energia do corpo.
PERFIL
Ruby Tagle começou sua carreira de dança em Monterrey, há 31 anos, e executa atividades profissionais em países como Argentina, Inglaterra, EUA, França, Canadá, Alemanha, Espanha, Dinamarca, entre outros. Em seus trabalhos, destaque para movimento e interpretação em cena com diferentes diretores de ópera, teatro, dança e cinema, como Peter Greenaway, Caballero Jose, Sergio Vela, que também está no XVII FAO, entre outros. No currículo da mexicana constam mais de 60 espetáculos de dança e teatro com importantes companhias internacionais, várias produções líricas e cinematográficas, e algumas montagens para empresas privadas, como Loreal e Televisa. (Foto: Milena di Castro)
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